
A primeira referência foi feita ao candidato tucano, depois de ser perguntada sobre o baixo desenvolvimento do Acre, Estado em que teve ela teve sua formação política e que é reconhecido pelo domínio de petistas na política local.
- É injusto com a história do Acre dizer que foi feito pouco para o desenvolvimento nos últimos dez anos. Ali, tínhamos uma associação do esquadrão da morte com o narcotráfico, e um grupo se levantou para construir aquele Estado.
Para a candidata, “muita coisa foi feita” na última década para a melhora das condições sociais do Estado.
- Difícil é imaginar que São Paulo, o Estado mais rico da Federação, tenha situação como a que vi na favela da Mata Virgem [na divisa da capital paulista com Diadema], que é uma ocupação em área de manancial. Além do esgoto a céu aberto, mais de 10.000 pessoas não contam com nenhum equipamento público. Por isso, estranhei que em seu programa, o [ex] governador Serra tenha apresentado uma favela virtual , uma vez que existe uma favela real.
Política externa e gastos públicos
Em relação à política externa, a candidata criticou a forma como o governo Lula tem dialogado com o Irã. Marina Silva disse que não daria a mesma “audiência” a Mahmud Ahmadinejad, presidente do país, que, segundo a candidata, causou estranhamento nas democracias ocidentais e na China.
- Ninguém pode ser criticado pelo diálogo, mas não se pode fazer, em nome do diálogo, um movimento político que favoreça um ditador.
Ao ser perguntada sobre a redução dos gastos públicos, Marina Silva destacou que “temos que ver a questão do gasto público pelo lado da eficiência”. Para ela, é necessário evitar o desperdício, uma vez que “nós somos um país que arrecada tributos e tributa muito, mas usa mal os tributos públicos e o recurso público”.
- Uma coisa que nós nos comprometemos claramente: nós vamos, limitar o gasto público, o crescimento do gasto público, à metade do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto, a soma das riquezas do país), para evitar o descontrole em relação às contas públicas.
Desenvolvimento sustentável
Considerada uma candidata de terceira via por suas propostas de desenvolvimento sustentável, Marina Silva deu detalhes sobre sua relação com a base ruralista caso seja eleita.
- O Brasil pode dobrar sua produção agrícola sem precisar derrubar mais um pé de mato. Sabe como? Utilizando as tecnologias da Embrapa [Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária]. E as pessoas, em lugar de fazer disso, lutar por isso, pelos recursos, pelos incentivos, pela assistência técnica, estão reivindicando produzir mais destruindo mais recursos naturais.
Para a candidata, será preciso investir em pesquisa e tecnologia para conciliar o crescimento do agronegócio – muitas vezes responsabilizado pelo desmatamento e a destruição de regiões naturais – com a preservação do meio ambiente.
- Aqui em São Paulo, a produção agrícola e a produção de carne têm altíssima tecnologia. Por que não pensar em fazer o mesmo na Amazônia? Por que quando é o Cerrado, a Amazônia, o Pantanal, a caatinga, as pessoas acham que podem fazer de qualquer jeito?
Sobre o aumento do consumo – impulsionado em grande parte pelo aumento do poder de compra das classes C e D – e suas consequências para a sustentabilidade, Marina Silva disse que “o que falta é a visão estratégica, o pensamento e o investimento para que se faça essa mudança”.
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