A repetição aborrece o próprio Lula, que planejou promover um Sete de Setembro itinerante, com a participação presidencial em outras capitais. Mas a idéia acabou descartada este ano, para não provocar questionamentos na Justiça Eleitoral. Até mesmo o tradicional pronunciamento do presidente em cadeia de rádio e televisão foi cancelado, pelo mesmo motivo.
“Viva o Brasil que existe em cada um de nós” – é o tema da festa desta vez, uma esforçada tentativa de exortar o nacionalismo e o patriotismo no ano em que saímos derrotados na Copa do Mundo. Ainda é diante de um time de futebol e de uma bola que o brasileiro mais exercita tais sentimentos. Não há, no entanto, sinal de pessimismo no horizonte. Ao contrário, o próprio Lula investe na auto-estima do brasileiro – um de seus principais capitais eleitorais.
Ao descer do palanque do Sete de Setembro este ano, o presidente talvez sinta o alívio de ter cumprido pela última vez a repetitiva tarefa, mas certamente sentirá também o sabor da despedida do poder presidencial. Lula desembarcará do cargo, não da imagem pública que firmou. E é nela que reside o poder que continuará exercendo, sem caneta, sem cadeira e sem a instituição.
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