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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Para Marta, prévias iam ‘estraçalhar’ PT paulista

Senadora durante entrevista em que confirmou saída da disputa - Ernesto Rodrigues/AE
Sem declarar de modo explícito apoio ao ministro Fernando Haddad (Educação), a senadora Marta Suplicy disse nesta quinta-feira, 3, que abandonou a disputa pela Prefeitura de São Paulo para evitar que o PT se "estraçalhe". A decisão joga os holofotes nos demais pré-candidatos, que já são alvo de operação de dirigentes do partido para desistirem das prévias.
Acuada politicamente pela operação montada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em favor de Haddad, Marta resolveu não disputar as prévias, após acordo que envolveu a presidente Dilma Rousseff, a quem coube falar que fizera um apelo à ex-prefeita. Marta disse que o pedido fora "irrecusável".
"Queria muito voltar a ser prefeita. Ao mesmo tempo, com um pedido da presidente, que além de presidente é uma amiga pessoal, e do ex-presidente Lula, não teria nenhuma condição nem vontade de dizer não. Nem poderia dizer não como petista", disse. "Um pedido dos dois para mim é algo irrecusável", completou Marta, em entrevista na sede nacional do PT, em São Paulo.
Na segunda-feira, 1º, por orientação de Lula, Dilma chamou a senadora para uma conversa, durante a qual fez o "apelo". Marta foi prefeita entre 2001 e 2004. Fracassou nas duas eleições consecutivas em que tentou voltar ao cargo. Lula avalia que a senadora, com rejeição alta, perdeu sustentação na classe média. O projeto Haddad, uma novidade no cenário eleitoral, atende à estratégia de tentar ampliar o eleitorado petista na capital.
Conhecida pelo temperamento forte, Marta, que defendia as prévias, disse que abriu mão da candidatura para evitar que o partido saísse "rachado", embora a avaliação na sigla é de que dificilmente ela conseguiria a vitória depois de Lula amarrar 60% do PT ao nome de Haddad.
"Uma prévia é algo muito difícil. Principalmente para uma pessoa como eu, que sou muito combativa e aguerrida e que vai na jugular para entrar numa prévia", disse Marta. "Esse enfrentamento iria estraçalhar as nossas militâncias, e isso não teria nenhum sentido. Sou do jeito que sou e não dava para ir nisso e depois ter o partido unido."

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